Através da
direção de Trevis Knight e com o roteiro de Christina Hodson, o universo
cinematográfico de Transformers ganha uma nova chance, apostando em seu
personagem mais carismático: Bumblebee. As cenas do inicio do filme apresentam
um leve problema temporal, pois através do figurino e da ambientação, nós não
conseguimos ter uma ideia de imediato de quando se passam certos acontecimentos.
Os saltos temporais por vezes confusos, junto a uma estética fílmica mais suave
na taxa indicativa do conteúdo, não comprometem o filme, mas deixa bem claro
seu público alvo sendo direcionado para uma nova geração de um público
infanto-juvenil.
Com seu planeta
natal, Cybertron, sofrendo uma guerra civil, Bumblebee é enviado à Terra por Optimus
Prime como uma nova esperança para seus companheiros autobots. Através de
desventuras, perseguido e machucado, este se põe em um disfarce de fusca velho
que é descoberto anos depois, no fim da década de 80, por Charlie Watson
(Hailee Steinfeld) em seu aniversário de 18 anos. Após este acontecimento, a
garota percebe que ganhou não só seu sonhado primeiro carro, mas um grande
amigo em apuros.
Essa obra se
concretiza um início que de fato mereciam os autobots. O bom humor de Bee
vinculado a uma trilha sonora fantástica, com grandes clássicos de rock,
cativam os antigos fãs rapidamente. As cenas de ação, com lutas e perseguições intensas,
são positivas, apesar de uma pegada infantil das consequências de certos
acontecimentos, além de cenas previsíveis e batidas com jargões bastante pobres
e previsíveis.
O filme deixa escapar uma ótima
oportunidade para debater sobre a natureza humana com relação ao diferente e
nas discussões sobre os refugiados, importante tema na atualidade. Apesar
disso, o filme mostra sagacidade em outros momentos, como na forma de retratar
as cenas de romance, não deixando que o foco do contexto se perca. Este
explora também uma poesia significativa (enquanto Charlie consertava Bee, dando
de volta a sua “fala”, ele a consertava ajudando-a a superar a ausência do
pai). Infelizmente, algumas pontas ficam soltas. Cenas que tem como objetivo
sensibilizar o público deixam perder alguns elementos que poderiam fazer grande
diferença (o não uso da música que marcava a relação entre a garota e o pai em
um momento decisivo).
As atuações do filme não são
surpreendentes, mas mantém o humor bastante cativante. O roteiro tem seus
tropeços, em momentos que os protagonistas saem de grandes encruzilhadas sem
uma explicação considerável, ou com justificativas tendenciosas e de caráter previsível. Além disso, o clímax
não tem o preparo devido para se fazer marcante. Todavia, essas características
não estragam a experiência da obra como um todo, para alguns fãs e curiosos sem grandes expectativas, podem
ser apenas detalhes que poderia tornar o que já era bom, em melhor.
Não se faz necessário assistir em salas
3D, esse recurso apenas contribui para uma mínima profundidade de campo, nada
que enalteça demais a experiência. Essa chance de ouro de reativar a franquia
terá continuações, com direito a cenas pós-créditos. Há passos mais calmos na
forma de apresentar o universo, talvez aprendendo com as experiências
cinematográficas da Marvel Estúdios, essa obra busca reconquistar os antigos
fãs e acender o interesse de uma nova geração.
Fã de fusca, rock, robôs, cenas
de luta e perseguição com bom humor? Vale a pena assistir!
- ficha técnica
Data de lançamento: 25 de dezembro de 2018 (1h 54min)
Direção: Travis Knight
Elenco: Hailee Steinfeld, John Cena, Jorge Lendeborg Jr.
Gêneros: Ação, Aventura, Família, Ficção científica
Nacionalidade: EUA
Não recomendado para menores de 10 anos
Distribuidor PARAMOUNT PICTURES
Ano de produção 2018
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